Luanda - A organização Friends of Angola endereçou uma carta aberta ao ministro da Justiça e dos Direitos Humanos angolano manifestando preocupação com o estado de saúde e paradeiro do presidente do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe (MPLT), José Mateus Zecamutchima.

Fonte: Lusa

O dirigente do MPLT, que foi detido em Luanda no dia 9 de fevereiro, está sem acesso ao seu advogado e família, denuncia a Friends of Angola (FoA) na carta, em que salienta ser "preocupante que o seu estado de saúde e paradeiro sejam desconhecidos desde a data inicial da sua detenção".

A organização de direitos humanos, sediada em Washington, apela às autoridades angolanas que permitam o acesso de Zecamutchima ao seu advogado e família, sublinhando que isso contribuiria "para um diálogo franco e aberto entre o Governo e o líder do MPLT, incluindo a sociedade civil e outras organizações cívicas locais".

A FoSA apela ainda ao ministro Francisco Queiroz que permita uma investigação independente "para apurar os factos sobre o massacre em Cafunfo, Lunda Norte, e levar à justiça todos que de uma forma direta ou indireta contribuíram para a perda de vidas humanas no dia 30 de janeiro".

Os incidentes de Cafunfo, na província angolana da Lunda Norte, na madrugada de 30 de janeiro, que as autoridades consideram um "ato de rebelião" e que manifestantes afirmam ter sido um "ato pacífico" provocaram um número indeterminado de mortos e feridos.

A polícia angolana afirma que cerca de 300 pessoas ligadas ao MPPLT, que há anos defende autonomia desta região rica em recursos minerais, tentaram invadir nesse dia uma esquadra policial e, em defesa, as forças de ordem e segurança atingiram mortalmente seis pessoas.

A versão policial é contrariada pelos dirigentes do MPPLT, partidos políticos na oposição e sociedade civil local que falam em mais de 20 mortos.